TECLANDO NOITES INSONES
.
.
TECLANDO NOITES INSONES
Teclo mornos dedos,
estremecidos no frio
táctil da noite
congelante.
Dos poros entreabertos,
arrastados na preguiça
de tocar areia arrepiante.
Teclo desejos
fumegantes em dizer.
Teclo expor-me
nua da vontade
em expressar-me.
Sonho exaurido
da noite que espreita
instantes íntimos.
Teclo, martelo, bato, espanco,
necessidade de gritar letras.
Poesia espremida sai
em pequenas gotas farpadas.
Laranja seca, com vísceras
expostas, caixão calado no silêncio
mortal ,onde gritam apenas
noites que se esvaem.
Teclo!
RJ - 18/09/2005
Ivy Gomide
.
.
.