À vontade

Sinto vontade de chorar

De gritar, de sorrir.

Vontade sair correndo e dizer ao mundo que estou certo

De abri a janela e escancarar a boca, como um débil mental.

Vontade de criar mundos e catástrofes que só acontecem em iminha cabeça

Vontade nascer de novo, e morrer com a placenta.

De viver como animal

Desejo...

Saber a realidade

Esta sinto que me aproximo.

É longínquo mais é perto

É distante e deserto

Vou afundar minha cabeça no além

E fazer minha moradia no fogo

Das brasas surgiram árvores verdes

E do amor à ilusão

E o coração só irá bater e nada mais

Na verdade sinto vontade de sentir

De brigar com a parede do banheiro

E ver as coisas horrendas no vaso

O vaso de deus é a terra

Onde ele joga todas as fezes

E o inferno talvez seja o esgoto

Onde se deposita a maior quantidade delas

Mas enquanto estou aqui vejo um enfermo chorar

Está com medo de morrer e diz “salve-me”

Então eu digo “eu te salvarei meu amigo”

Enfio uma adaga em seu coração e ele sorrir

Pois lhe dei a liberdade que ele tanto queria

E o livrei do gozo da podridão...

Não sei se fiz certo, mas agir pela emoção.

Ton Dourado
Enviado por Ton Dourado em 26/10/2006
Código do texto: T274150