DESEJO

Com a força inesperada de uma onda rebelde que se quebra na praia, ele me surpreende.

Me paga, me leva, me traz de volta a um mundo irrisório.

Com a intensidade de quem acredita na própria verdade, eu o nego... e o renego uma vez mais.

Desesperada, tento entendê-lo. E ele? Se faz de rogado, buscando explicar o inexplicado.

Como se fora um rio, a desaguar na plenitude de um oceano revolto, ele cai sobre mim,

Derrama tudo de si; se funde, com tudo o que há e mim.

Desejo. Louco desejo de ter o que não posso

De querer o que não tenho

De amar o que não pode ser mais amado.

Mãos que se buscam, vozes que se calam, apenas sussuram.

Corpos que se encontram, se entrelaçam

Se amarram e explodem em um gozo profundo.

E de repente, as ondas enfurecidas se aquietam

E eu não sou mais eu.

Sou apenas um fantoche, buscando saciar minha sede de amar

Em nome de um tal DESEJO!