Vale da Morte

Chegando ao Vale da Morte,

Deparei-me com grande mistério:

No céu ou no inferno eu não estava;

Estava preso no cemitério.

Não tinha o corpo de carne

Pois os vermes o consumiram.

O que me restou dessa vida

Foi a dor pela triste partida.

Os anjos barrocos fitavam

O meu ser, alma perecida

E o ódio que enegrecia

O pouco da vida que restava.

As tumbas, sepulcros palácios,

Abriam-se com meu andar.

Os povos que ali residiam

Ao meu redor, se acumulavam.

Chegou ao fim a minha vida,

E talvez o início da sorte.

Quem sabe, nessa nova “vida”

Eu tenho mais sorte na morte?