A supremacia de uma miserável

A SUPREMACIA DE UMA MISERÁVEL

Voluptuosa! Deitou-se em minha cama.

O vinho na taça anuncia o desejo.

A noite, quase no fim,

Assiste ao resultado inusitado.

Um brinde final selou algo,

Que ainda não sei o que é.

Mas não hesitei em ser tragado

Por aquele grande furacão.

Às dez horas da manhã,

Ela levantou-se parecendo ter esquecido

O beijo que me levou ao seu íntimo,

Que muita gente imagina,

Mas não tem idéia de como seja.

Estive lá, no centro da terra,

Ah... Como é quente!

Me deleitei por apenas alguns segundos,

Mas pude perceber o encaixe perfeito

De dois corpos criados para o prazer.

É inevitável falar de sua saliência

E de suas ancas fortes

Que dão o júbilo da vida.

Desde cedo sonho com tanta beleza assim.

Somente um amor que tive no passado

Me levava à loucura.

Se entregava completamente, de roupa ou nua.

Quem sabe, agora, com esse anjo

De cabelos encaracolados, chegarei ao ápice, novamente.

Tenho sede daquele corpo.

Um conjunto perfeito

Pernas, quadril e peito;

Tudo confabulando para o pecado.

Agora, estou eu, aqui, ao seu lado,

Mas ainda não sei com que papel.

Se é de mediador de seus problemas,

Ou simplesmente um ouvinte.

Ou se é de homem...

Homem consumidor de seu produto.

Aonde tudo isso chegará... Não sei.

Só sei que é impossível prever o que há em sua mente,

Improvável, também, é não se render ao que há em seu corpo.

Eduardo Dias
Enviado por Eduardo Dias em 08/11/2006
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