Jogar por jogar...
Sugiro que o mais triste dos presos
Tenha direito a lençóis de seda
Bendita seja a boca que da beijos
E não traga moedas.
Proponho corromper ao puritano
Espiar na ducha as vizinhas
E a tirar ao deus dos cristãos
Sua corôa de espinhos .
Nada de margaridas para os cordatos
Temos que correr mais que a policia
Para bailar a valsa das recordações
Chorando de alegria.
A vida não é um bloco quadriculado
E sim uma andorinha em movimento
Que não volta aos ninhos do passado
Porque não quer o vento.
Se aconselha dormir a perna solta
Longe de tentações de desenhos
Que não passe desapercebido por tua porta
O homem dos teus sonhos.
A rã esconde um príncipe encantado
Tua boca um agridoce de marmelo
Com vontade de um curso acelerado
De beijos bem compridos.
Convém chegar de ultimo na meta
Na volta da infância em patinete
E fuzilar ao rei dos poetas
Com balas de brinquedo.
Por que não doutorar-se em cremalheiras
Como faz a formiguinha por tuas costas
E fazer com os panos das bandeiras
Calcinhas e mini-saias.
Faz falta cosquinhas para os sérios
Pensar de vagar para andar depressa
Dar serenatas nos cemitérios
Morrendo-nos de rir.
E jogar por jogar
Sem ter que morrer ou matar
E viver ao revés
Que bailar é sonhar com os pés.