O VENTO DA MORTE É FRIO
Sou transparente,
Sombra pendente,
Não tenho mais olhos,
Vejo apenas os entulhos...
Amor com o sentimento perdido,
Calor de uma vadia perdida,
Carícia sublime vendida,
Derramei o meu interior consentimento...
Entre as vontades cristalinas,
Escorrem amadas lágrimas,
Pensamentos intensos e consumidos
Como uma sobra ou sobremesa de desatinos...
Pedras claras de fogo,
Papilas em doce jogo,
Mortas em mesas frias,
Estão as flores e as sofias...
Dormentes as sementes,
De visões descontentes,
Raízes profundas,
Nas cascas, camadas e catacumbas..