Não se Mate, Pelo Amor de Deus!
Olhei a mesa, não vi nada que podia me salvar...
Ao invés de me matar, fui pra praia me embriagar...
Levantei poeira...
Chutei balde de lixo...
Cuspi no chão, sem capricho...
Xinguei a secretária otária e a mandei embora...
Que já passava de sua hora...
Sem balbuciar...
Sem me arrepender...
Sem qualquer ressentimento...
Rasguei a gravata nos dentes...
As contas atrasadas, fumei-as todas numa só tragada...
E caí fora, rumo à praia, me embriagar...
Não me importam vaias!
Não me importa o que vão falar!
Não quero saber do amanhã!
Do ontem!
Do agora ou do outrora!
Hoje, hoje sim, vou me arrebentar!
O que eu quero mesmo...
Ao invés de me matar...
Que a vida por muito ainda há de me aturar...
É ir pra praia me embriagar!
Esquecer que existo!
Olhar o mar, me salgar...
Cantar, tentar me salvar e, principalmente...
Me embriagar...
Savok Onaitsirk, 18.03.11.