Não se Mate, Pelo Amor de Deus!

Olhei a mesa, não vi nada que podia me salvar...

Ao invés de me matar, fui pra praia me embriagar...

Levantei poeira...

Chutei balde de lixo...

Cuspi no chão, sem capricho...

Xinguei a secretária otária e a mandei embora...

Que já passava de sua hora...

Sem balbuciar...

Sem me arrepender...

Sem qualquer ressentimento...

Rasguei a gravata nos dentes...

As contas atrasadas, fumei-as todas numa só tragada...

E caí fora, rumo à praia, me embriagar...

Não me importam vaias!

Não me importa o que vão falar!

Não quero saber do amanhã!

Do ontem!

Do agora ou do outrora!

Hoje, hoje sim, vou me arrebentar!

O que eu quero mesmo...

Ao invés de me matar...

Que a vida por muito ainda há de me aturar...

É ir pra praia me embriagar!

Esquecer que existo!

Olhar o mar, me salgar...

Cantar, tentar me salvar e, principalmente...

Me embriagar...

Savok Onaitsirk, 18.03.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 19/03/2011
Código do texto: T2857266
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