O FIM QUE NINGUÉM QUER LER
Escrito em 11 de agosto de 2009.
Seis almas para cinco homens
Batalham no barco de Caronte
Para a busca incerta dessa ilusão.
A liberdade sempre cobra a prisão
E no purgatório da sensação
Quem vai querer fugir?
Às vezes quando você cair
Será mais fácil querer partir
Nem sempre é melhor perder
Seu imundo mundo vencer
Seu destino limpo perecer
Seu fantasma não mais lhe atormentar
A sua hamartia é querer sonhar
A sua força virá ao chorar
Água que cai da dor
Sim busque no calor
O desespero calmo do pavor
De acreditar que a carne é a salvação
Pule enquanto ainda é tempo
Perca um dente com a cara no cimento
Deixe aos trouxas esse mar lamacento
Olhe para as velas do seu enterro
Na incerteza da certeza não tenha medo
O que mais poderá existir de sofrimento?
Droga de verdades!
Curadora de maldades
Que a paz jamais vai entender
Suas fortes vaidades
Extrema egoísta da saudade
Quem vai querer?
Por que tanto crer?
Por que tanto sofrer?
Olhe para o estúpido do seu coração
Tremor que vem do chão
Fome de tesão
Assim, seu universo vai ruir!
Não vê que se trair
Se buscar então subir
As pontas deste cigarro vão arder?
E então a tragédia escrever,
Com o fim que ninguém quer ler
Pare de dificultar
Em um bordel feito em um altar
Dez mulheres nuas
Do seu sangue sem cor.