O Amor Vai À Guerra

O amor é uma guerra

E como diria o poeta guerreiro

Vale tudo no amor e na guerra

Vale sangue, suor, lágrimas e até morteiro

O poeta guerreiro vai à guerra

Lançar sua intenção à sua amada

Em meio ao caos e a treva

Ele lança seu coração como uma granada

Explodindo as trincheiras da arte

Encharca os mortos com seus versos insolúveis

Derramando o sangue que jorra em toda parte

Formando poças de líquidos insubstituíveis

Corpos abatidos surgem frios como medalha

Soldados mutilados e ensanguentados

Jazem dissipados pelos campos de batalha

Lembranças e sonhos todos foram assassinados

Sua amada já não mais respira

Terá sido ferida pela tua rima colérica

Ou será que por desgosto ela se retira

Ao ver seu amor agonizando em uma luta bélica

Observando os seus belos olhos lânguidos

O poeta guerreiro divide-se em dois

Reanimando os perdidos ânimos

Para poder sufocá-los depois

O guerreiro entusiasmado berra

Brandindo a ruína dos oponentes

Retalhados cadáveres caídos por terra

Gemendo a morte entre os dentes

O poeta aborrecido enfim chora

O bizarro fim da guerra

E as lamentadas mortes sob a aurora

Que agora enfim sua caneta encerra.

Luiz Henrique Santos
Enviado por Luiz Henrique Santos em 21/05/2011
Código do texto: T2984920
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