O Amor Vai À Guerra
O amor é uma guerra
E como diria o poeta guerreiro
Vale tudo no amor e na guerra
Vale sangue, suor, lágrimas e até morteiro
O poeta guerreiro vai à guerra
Lançar sua intenção à sua amada
Em meio ao caos e a treva
Ele lança seu coração como uma granada
Explodindo as trincheiras da arte
Encharca os mortos com seus versos insolúveis
Derramando o sangue que jorra em toda parte
Formando poças de líquidos insubstituíveis
Corpos abatidos surgem frios como medalha
Soldados mutilados e ensanguentados
Jazem dissipados pelos campos de batalha
Lembranças e sonhos todos foram assassinados
Sua amada já não mais respira
Terá sido ferida pela tua rima colérica
Ou será que por desgosto ela se retira
Ao ver seu amor agonizando em uma luta bélica
Observando os seus belos olhos lânguidos
O poeta guerreiro divide-se em dois
Reanimando os perdidos ânimos
Para poder sufocá-los depois
O guerreiro entusiasmado berra
Brandindo a ruína dos oponentes
Retalhados cadáveres caídos por terra
Gemendo a morte entre os dentes
O poeta aborrecido enfim chora
O bizarro fim da guerra
E as lamentadas mortes sob a aurora
Que agora enfim sua caneta encerra.