Campo de Isolamento

Os ares cheirando o sufocado torpor dos sentimentos

E por algum motivo qualquer o mofo dos móveis

Cadenciava vagarosamente a prisão intensa

Dos próprios já vagos pensamentos

Necessairamente iam tornando aquela noite amarga

Lamentosamente as aventuras de tantos dias

Já não tinham o brilho das cores novas

Uma cama em cima da outra olhava a única luz do teto

Coberto por teias feitas pelo tempo injusto, insano

Calava-me sozinha dentro da multidão abstrata

Depois de um tempo passei a ter dó de quem via

O sol pelas grades profundas dos acontecimentos

Lembrou-me sem querer campos de isolamento

Em que o sangue pulsava disparado

E diferentemente descompassado

Eu que me arriscaria por qualquer coisa

Ficava entre a morte e a vida de um furuto

Que nem mesmo saberia dizer tão certo dentro dos planos

Acordei verdadeiramente sonolenta

Chorando feito menina muito pequena

Por favor me veja!

E me leve para a cama macia de minha casa

Quero colo, pelo amor de Deus

Mesmo que às avessas me leve embora

Dessa encruzilhada.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 28/12/2006
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