Sem nome

Como eu queria poder ter agora,

no som das palavras, o fio de mil gládios.

E a ânsia indomada dos potros

no coração.

Queria ser vento, tornado, tufão.

Queria ser raio e tormenta voraz.

Queria ser rio em enchente medonha,

de águas furiosas, correndo sagaz!

Ou terremoto – abalo na terra!

Ou maremoto – convulsão no mar!

E ter a alma dos clarins de guerra

ordenando a carga já por começar!

Queria ser noite, ser treva e ser breu.

Ser lava cuspida na noite de horror.

Queria ser nuvem e rocha e vulcão,

banhando a montanha de fogo e pavor!

Queria ser gelo, avalanche, ser frio.

Nevasca incessante castigando a tarde!

Um álgido inverno que o Homem não viu.

Mas só sou humano

de sonhos profanos.

E não me contento

por não ser noite, nem vento

nem fogo, nem rio...

Julius Patricius
Enviado por Julius Patricius em 28/10/2011
Código do texto: T3302432
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