Ontem, outra morte

Foram tantas mortes

que me chegaram

e umas poucas vidas

só me restaram.

Nalgumas, morri de amor,

noutras, morri de dor.

Tantas vidas desperdiçadas

e outras, maltratadas,

na ânsia de acertos

e poucos nortes,

à me trazerem sorte.

E despi-me e depurei-me.

Com poucos corações, consolei-me.

Então, continuo igual,

tão fraco e tão forte.

Tão poucas vidas,

para tantas mortes !