Poema sinistro

Há tanta insensatez

Insanidade diluida

Nos olhos das pessoas

Lágrimas do colapso das galáxias

Leite materno derramado

Veneno em lábios famintos

O peso dos ossos puxa para baixo

Fantamas de cêra dissolvidos

Tudo um grande teatro absurdo

Dança de demônios despedaçados

No meio da multidão de zumbis

Todos estão perdidos

Com os chaveiros no bolso

Tocando uma valsa

Os duendes em pânico

Seguindo caminhos vazios

Dentro de pirâmides ocas

Para a boiada um grande espetáculo

Gerações se sucedem na inutilidade

O não ser estampado nas faces

Na violência do tempo a matilha cresce

O papel nada pode resolver

Tenta revelar a estupidez da imortalidade

Mas os mandamentos entupiram os ouvidos

O grande rebanho pasta nas terras do senhor

Os piores crimes não acontecem nos filmes

Mas nas avenidas das grandes cidades

E nos desvios das estradas

Arquitetados nas camas de água dos poderosos

Entre travesseiros macios e lençóis brancos

Nem poesia nem lucidez

Salvam o gado do corte

Estas são as regras do jogo

A sociedade ruma para os cataclismos

A felicidade é um engodo para carneirinhos

carlos assis
Enviado por carlos assis em 10/02/2012
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