Poema sinistro
Há tanta insensatez
Insanidade diluida
Nos olhos das pessoas
Lágrimas do colapso das galáxias
Leite materno derramado
Veneno em lábios famintos
O peso dos ossos puxa para baixo
Fantamas de cêra dissolvidos
Tudo um grande teatro absurdo
Dança de demônios despedaçados
No meio da multidão de zumbis
Todos estão perdidos
Com os chaveiros no bolso
Tocando uma valsa
Os duendes em pânico
Seguindo caminhos vazios
Dentro de pirâmides ocas
Para a boiada um grande espetáculo
Gerações se sucedem na inutilidade
O não ser estampado nas faces
Na violência do tempo a matilha cresce
O papel nada pode resolver
Tenta revelar a estupidez da imortalidade
Mas os mandamentos entupiram os ouvidos
O grande rebanho pasta nas terras do senhor
Os piores crimes não acontecem nos filmes
Mas nas avenidas das grandes cidades
E nos desvios das estradas
Arquitetados nas camas de água dos poderosos
Entre travesseiros macios e lençóis brancos
Nem poesia nem lucidez
Salvam o gado do corte
Estas são as regras do jogo
A sociedade ruma para os cataclismos
A felicidade é um engodo para carneirinhos