Complexo de Titanic

Vivo uma noite interminável

Na porta fechada do pronto socorro

Almas encontrando a epifania

Amarrado no pescoço

O pêndulo do relógio

Balança ao sabor das ondas

Todos os sólidos afundam no mar

Deixam uma trilha de bolhas

E rastro de sangue nas profundezas

Pássaros flutuam

Em precipícios enfumaçados

Rochedos de vidro

Não sei o que as pessoas

Tem de haver com o céu

O fracasso estica as faces

Cordas de nós estendidas

Até falsos arco-íris

Supensórios partidos

Correntes elevatórias

Sopram anjos faxineiros

De dentes afiados

carlos assis
Enviado por carlos assis em 19/02/2012
Código do texto: T3507592
Classificação de conteúdo: seguro