Complexo de Titanic
Vivo uma noite interminável
Na porta fechada do pronto socorro
Almas encontrando a epifania
Amarrado no pescoço
O pêndulo do relógio
Balança ao sabor das ondas
Todos os sólidos afundam no mar
Deixam uma trilha de bolhas
E rastro de sangue nas profundezas
Pássaros flutuam
Em precipícios enfumaçados
Rochedos de vidro
Não sei o que as pessoas
Tem de haver com o céu
O fracasso estica as faces
Cordas de nós estendidas
Até falsos arco-íris
Supensórios partidos
Correntes elevatórias
Sopram anjos faxineiros
De dentes afiados