UM BALÃO À DERIVA

Meus olhos são planícies inundadas de sol

Formado nos prismas dos arco-íris sedentos

Contudo, meu rosto crispado é floresta

Onde moram as incertezas!

Minha boca é deserto onde as palavras se ausentam

Em nenhum outro lugar a penumbra avança mais do que em minha alma, um continente de sombras!

Além disso, há ainda os pântanos que ilham meus sentimentos

Há ainda a superfície desfigurada dos sonhos rompidos

No oásis enganoso das ilusões, meu lema é a inconstância

Um balão que flutua sobre todas as coisas sem rumo

Voa acima dos campos e dos mistérios e desconhecidos

Sempre ralando nas escarpas do medo

Acima das camadas do pó, que permeia a vida

Onde tudo se aceita e nada se explica

Onde tudo contribui para o aumento das distancias,

Que não se pode medir

Do silencio que não se entende

E da solidão que não se aceita!

Eu sou iluminado pelos reflexos da luz dos outros

E sinto, ainda assim, que a pequena claridade me contenta

Porque não me deixa antever meus limites.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 03/03/2012
Reeditado em 16/09/2018
Código do texto: T3532330
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.