Morte (in)certa

Estou vagando, perdido no mundo...

Meu sonho transformou-se em pesadelo;

Percorro (só) meu caminho e, ao fazê-lo,

Sinto-me cada vez mais moribundo...

Vago nas trevas, não há quem me acuda,

Não ouço nem sinto qualquer presença;

Minha fé tornou-se minha descrença,

Minha voz, antes tão forte, está muda...

Não vejo ao fim do túnel qualquer luz,

Não vejo nada, só o puro breu;

À catacumba meu corpo desceu...

Será esse o peso da minha cruz?

Sinto dor em meu corpo putrefato,

Sei que não existe mais vida em mim;

De longe, vejo meu destino ingrato...

Como me dói sentir o próprio fim...