Poética surrealista

Essa forca me beija.

Ela me quer,

Mas não pra si.

Ela me admira.

E solta seu cabelo,

Tão escuro e tão ao léu.

Ela me incita a selvageria.

Eu a insulto,

E eu a privo do ar.

Mordo sua cartilagem.

Exaustivamente ela me quer,

Minha boca em si lateja.

Não toco o chão.

Mil perdões!

Mas como a quero,

Eu também a quero.