ALZHEIMER

ALZHEIMER

Foram-se as emoções

Ficaram os borrões

Perdidos no fundo d’alma

Tudo agora é calma

Não há mais batalha

Para vencer moinhos de vento

Não restou nem alento

Nesta vida canalha

Nada mais é verdadeiro

O mundo é um picadeiro

De ilusões armazenadas

Que não valem mais pra nada

A mente já não pertence ao ser

Viaja imaginária

Para a esquina, para a Itália

Não importa, vai esquecer

Dia seguinte

Sempre parece o primeiro

Vai regar o canteiro

Com ares de requinte

Vê alguém, não vê ninguém

Todos são estranhos

Desde o neném

Até os de grande tamanho

Onde estará seu eu

Por que foi embora

Alzheimer levou tudo que era seu

Sobrou apenas o agora

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 12/09/2012
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