ALZHEIMER
ALZHEIMER
Foram-se as emoções
Ficaram os borrões
Perdidos no fundo d’alma
Tudo agora é calma
Não há mais batalha
Para vencer moinhos de vento
Não restou nem alento
Nesta vida canalha
Nada mais é verdadeiro
O mundo é um picadeiro
De ilusões armazenadas
Que não valem mais pra nada
A mente já não pertence ao ser
Viaja imaginária
Para a esquina, para a Itália
Não importa, vai esquecer
Dia seguinte
Sempre parece o primeiro
Vai regar o canteiro
Com ares de requinte
Vê alguém, não vê ninguém
Todos são estranhos
Desde o neném
Até os de grande tamanho
Onde estará seu eu
Por que foi embora
Alzheimer levou tudo que era seu
Sobrou apenas o agora