AMOR

As vozes aproximavam-se de mim

Via pés aproximarem-se

Ninguém me via ali

Todos passavam sem rosto

Todos passavam sem coração

Todos passavam sem passado

Meu coração quebrado

encolhia-se no peito

Meus olhos vazios

vadiavam como bêbados

Eu ali em uma embriaguez estúpida

Eu ali sozinha, pisoteada, silenciada

A noite caia sem piedade sobre mim

Nenhuma estrela no céu

Nenhum raio de luar

Apenas aves da noite em seus voos rasantes

Ratos saiam de seus esconderijos

Mas qual os humanos

Apresavam se em fugir sem rumo

Com medo da vida e dos sonhos

Continuei no mesmo lugar

Qual planta fixa a espera de chuva

folhas murchas, flores tristes

semente nenhuma

Essa espécie precisa ser extinta

antes que contamine as outras

Todos devem fugir

Afinal, o amor é uma doença contagiosa.

valene
Enviado por valene em 12/09/2012
Reeditado em 31/12/2014
Código do texto: T3878918
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