POETA ASSASSINO

O mais espetacular poeta-tirano da história,
teve sua morte em jugular,
num banho de sangue em glória.

Produzia chuvas perfumadas com pétalas de rosa;
vivia em sua "Casa Dourada",
inspirando-se em poesia e sublime prosa.

Filho de Agripina,
sobrinho de Calígula, 
de genealogia nobre e maligna;

teve em Sêneca o filósofo, 
seu único conselheiro e tutor;
aquele que pouco lhe continha, 
seu frenético demônio interior;

duma facínora inspiração de pavor,
que a seu mando suicidou-se,
fazendo da morte do mestre um louvor.

Em 18 de Julho,
consagrou seu grande intento,
irrompendo um histórico incêndio,
numa noite de luar e vento,

enquanto a morte em ira dedilhava,
cruento tocava sua imperial lira, 
tal louco inspirado em idílico prazer delirava,
enquanto Roma ardia...

Ao ordenar sua morte disse:
"Um grande artista o mundo perde aqui!"
Talentoso, músico, poeta e criador,
o quinto Monarca Romano,
assim descreveu Tácito o historiador...

Poeta da Morte e tirano,
foi ele:
Nero, o Imperador!





*





Luís Carlos Facuri










*Cruento

adj. Em que há sangue derramado: batalha cruenta.
Banhado de sangue: campo cruento.Sanguinolento.


Fig. Que fere, pungente: cruento despotismo.
Cruel.



fonte cronológica: 64-69 d.C.





















 
Facuri
Enviado por Facuri em 13/09/2012
Reeditado em 22/01/2017
Código do texto: T3879347
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