Filofofagens

No meu mundo sou rebelde, militante na sagacidade

Mudando vou, seguindo mundano entre o lirismo e a multiplicidade

Nas esferas onde transito, é cada qual em seus quadrados minados

Ô modelo recalcado, produção fabril e serial de alienados

Serei eu um iludido por desalienado ser ?

A resposta só o Freud certamente poderia dizer

Mas o que seria do homem, sem o poder do esquecimento ?

Seria a terra infértil, seria o blues sem o tal do lamento

Esquecer-se contudo, é seguir resoluto espanando as poeiras

Que pululam sob o feixe de sol, espalhando moléculas de uma vida inteira

Lembrem-se meus caros, de tomar aquela pílula branca

Botão que nos faz lembrar que a morte não nos estanca

Pois a eternidade é a essência, atemporal e metodológica

Coisa que carregamos, e as vezes taxamos de ilógica

Eis que sou o sal das lágrimas, tempero das nossas faces

Pois o choro é dadivoso, e faz escorrer os disfarces

Leonardo Borges
Enviado por Leonardo Borges em 02/10/2012
Reeditado em 02/10/2012
Código do texto: T3913010
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.