Embaixo da pele



Lancetadas de bisturi
Ou navalhadas na carne...
Busco minha alma oculta e insana
Embaixo da pele que me veste
Da pele onde habito,
"Ego cogito ergo sum"...


Estou eu cá tentando entender:
Onde falhei?
Onde errei?
Se fui eu?
Ou foi você?
"Só sei que nada sei"...

Trocamos as bolas,
Invertemos papeis,
Mudamos a história,
Seguimos ao revés,
Viramos animais... quiçá irracionais...

Estrangulamos a paz,
Matamos nossos pais,
Odiamos nosso irmão, nossa irmã
Estupramos a ética,
As meninas os meninos...

Forjamos nossa própria miséria
Para não ver a do próximo e, então
Corrompemos a moral,
Ficamos acima do bem e do mal
Violentamos a virtude por amor ao próprio eu...

Mas,... "É bom descobrir que o problema somos nós."
Enquanto Morfeu...
Dorme eternamente "deitado em berço esplêndido"
E eu, embaixo da pele que cobre minha nudez,
Sob a pele em que habito a longas eras
Ora bela, ora fera... Sou besta fera, sou quimera

Penso em ganhar o infinito
Rasgar esse casulo tão restrito
Lembrando que todo esforço é uma vitória
Que "tudo vale a pena se a alma não é pequena."
Deixo pedaços de mim no sótão do esquecimento
Enterrados com areia, brita e cimento.

Lanço ao vento minha insensatez
Danço "com te" um bolero
Joro amor, que te quero
Brinco de amarelinha
Indo e vindo entre o céu e o inferno
Na linha vermelha da Avenida Central...

 

 
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 11/10/2012
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 11/10/2012
Reeditado em 11/10/2012
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