PALINÓDIA FATAL

Temos grandes estadistas

Com renome e competências

Cozinham leis imprevistas

De consequências nunca vistas

Mas de francas referências.

Reúnem de madrugada

Em Dias Santos que tais

Fazem contas de empreitada

Tramando a rapaziada

Com trocadilhos florais.

Fazem jus e entendimento

Em compromissos estranhos

Esboçam um orçamento

Prometendo ordenamento

Aqui e ali com arranjos.

Há capital p´ ra sacar

Investir é só de língua

Há buracos p´ ra saldar

Excepto no caviar

Qu´ esse, sim, não sofre míngua.

Saco roto é sinal vil,

Como coisa natural,

Onde quer mais um ceitil

Com manápula bem viril

Em palinódia fatal.

De arruaças em arruaças

Já não s´ estranham os gritos

Há baladas pelas praças

Denunciando desgraças

Em seres humanos aflitos.

Ninguém pára esta torrente

Mas já medra uma ambição:

Venham heróis cá p´ ra frente

Incentivando esta gente

P´ ra libertar a Nação!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 16/10/2012
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