À loucura de hoje

As lágrimas de ontem não rolaram,

Alojaram-se no meu peito afugentado.

Escondi-me num pano negro,

E mesmo assim não foram embora.

Eu estava lá, coberta.

Senti que puxavam-me os pés.

Gelei, e os trouxe de volta pra mim,

Para minh’alma envolta em luto.

Pensei apenas em sobreviver.

Então, me encolhi, respirando transparente.

Mas já não me havia túnel, nem luz.

Havia lobos ferozes de fantasia,

Que mordiam-me sem dó a mão.

Porém, apodreceram...

Resumiram-me à loucura de hoje.