POR SOBRE O MAR

Espuma de verão,

Tão longe estais,

Tão distante

E tão estático

Está minha retina,

No indagar de um piscar

Que falha...

Resseca meus olhos

Não saio de órbita,

O tesouro que procuro

Não tem mapa,

O corpo não tranca

A porta da alma.

Eu, estúpido verso

Sem tempo, sem modo-

Escravo das frases,

como se meu corpo,

Sem valor, sem sentido,

sempre no meio

De um defeito,

Caroço da azeitona

No canto de um peito,

Esquecido...

Porcelanas quebram-se

Armas disparam e

Ausente está o meu pensamento

Que não sinto o ferimento

que nesse momento fora do ar,

Não é meu.

Aflige a ópera

Que jorrava sangue

Ao som do piano,

Devasso peito esse

Que canta,

O infame choro,

Maestro do sentir e do

Sofrer, cai no momento

De um deslize.

nos buracos de meu corpo

O riso rouba o rosto,

"Nervosismo",

calma, sentimento pPerdido

e confuso,

E mesmo oprimido de desconforto

Sei o momento que passa.

Astuto é meu espírito

Que acaba de voar,

E escrever sua história

No mundo,

Vi andando sobre as águas,

o meu vulto,

Sobre as lágrimas de Deus,

Leve nostálgico sentimento

Aprisionando o tempo e o

O vento,

Vá buscar um termo

Para o seu continue,

"Julgamento",

seu destino nessas pegadas

Que te castigam ao tocar.

até o abismo do ultimo dia,

Este sim é fim do carma.

- o perdão