Sou o que nem sei
Sou mais hoje o vivo de ontem
Serei amanhã o mais vivo de hoje
E amanhã não serei mais nada além de passado
Do passado me tornei o de hoje
De muitos passos dados neste caminho
Tropeçadas e topadas conjugadas
E ainda tenho os pés regenerados
Em cada pedra um receio fincado ao chão
Liberdade que se brinda a cada trilha nova
Sou novo!
Sou velho!
Sou imaturo!
Sou vivido!
Sou vivo!
Sou hoje o que ontem já se foi.
Fui ontem o que nem amanhã sei o que serei.
Sou tudo!
Sou nada!
Sou mais!
Sou pouco!
Sou livre... livre...
Como os pássaros são cantantes
Como os peixes, nadadores
Como as borboletas, voadoras
E como o vento sem rumo certo.
Sou o que descobri ser.
Sou o que nem sei o que sou.
Sou simplesmente minhas contradições
E simplesmente isso...