O cântico do enclausurado

Por todas as vezes que os pássaros voarem ao sul,

Eu criarei estátuas para lembrar.

Por todas as vezes que o céu se pintar de azul,

Eu aplaudirei o vazio.

Batidas vem e vão,

Secam as fúrias da minha imaginação.

A raiva cega me faz enxergar

Todas as pessoas que decidiram caminhar.

Protegerei com minha vida

A crueldade de meus pesadelos

A queda de meus cabelos

Pelas mãos dos relógios que batem sem parar.

Cada centímetro de tempo gasto

Adiciona uma alma para o pasto.

O sofrimento que nos detém e se faz vasto

Destrói a todos e a todos os seus rastros.

Não percebe que ficarei perdido

Para sempre na eternidade

Esperando pela bondade

Daquela que um dia me odiou?

As engrenagens funcionam perfeitamente

Derrubando os líderes de um compasso desconexo

A contagem nem tão perfeita é a velha receita

Para terminar essa história detestável.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 14/02/2013
Código do texto: T4139124
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