Eloquente Loucura
Eu naveguei tão intensamente no oceano da paixão,
A ponto de em cada pagina da vida poder contar uma história,
Todas cravejadas pelo pranto derramado, na dor da ilusão,
Porem nunca esquecidas, com o desfazer de minha memória,
Voei tão alto com minhas asas que consegui tocar o céu,
Por um momento senti-me um ponto impuro no infinito,
Mas erguendo as mãos e gritando alto consegui rasgar o véu,
Que desfez-se em poeira estelar, sem deixar nenhum detrito,
Também caminhei, por terras e vales sombrios que jamais imaginei,
E se outrora pela relva me encontrava perdido,
Hoje em minhas não lúcidas palavras, entendo que perdido me encontrei,
Entre as estrofes de trevas e contos sofridos,
E apesar de tão pouca idade, a racionalidade, no indevido me faz crer,
Pois de todas alegrias, das levianas lembro bem,
E então me perco novamente em versos loucos que ainda teimo escrever,
Sem lamurias ou inverdades, que citem algo além,
Eu digo amar o proibido, pois o proibido me faz ser,
Me encanta, me seduz me faz decifrar o indecifrável,
Me faz pulsar, queimar, arder, me faz entender,
O quão difícil era, e por isso tão louvável,
Era minha missão, e não somente um querer,
E cumpri cada tarefa com demasiado afinco,
Derrubei cada gigante que perante mim tentou se erguer,
E não permiti que em minhas páginas se fizesse um vinco,
Sei que nada faz sentido, afinal,
E qual seria afinal sua importância,
Se mortos estaremos em algum final,
Que talvez não obtenha qualquer relevância,
Não me importo com qualquer que seja o desdobramento,
Pois eu voei na imensidão, naveguei na intensidade,
Caminhei perdidamente em busca do meu livramento,
E apesar dos pesares, eu muito pouco conheço a verdade,
E em meus devaneios, minha eloquente loucura,
Findo meus versos, amando o inibido que me fez crescer,
Confrontando a iniquidade da alma, em prol da ternura,
Escrevendo meus textos, sem o porque entender...