Delírio

Ensandece minh’alma.

Como pode?

Deixa-me à beira da loucura.

Simples assim.

Não compreendo como isso acontece!

Só sinto.

E como sinto!

Sinto de olhos fechados, abertos.

De qualquer jeito.

Um sentir arrepiado,

Todo dobrado para presente

E posto em envelope de correspondência.

A ser entregue sabe Deus como e quando...

O arrepio percorre a espinha dorsal,

E se instala na nuca,

Pior lugar para se instalar.

Perto de confundir as ideias esse canto.

Longe das artérias coronarianas,

Mas nem tanto.

Ensandece cada segundo meu.

E então fico pensando...

Até quando?

Até quando as incógnitas ficarão mal respondidas?

Até quando suportarei essa tormenta?

Até quando pôr-me-ei de joelhos, pedindo clemência?

Não sei.

Sinceramente, não faço a menor ideia.

Só humildemente sei

Que posso me machucar.

Por mim mesma.

Por nós dois.

Por você.

Por querer as respostas todas, agora!

Numa ansiedade absurda e absoluta.

Numa falta de paciência maior que o mundo.

Sou das impaciências.

Sempre fui.

Mas, anda caprichando na dosagem de veneno

Para que eu morra, aos poucos,

Com essa incerteza doida,

De que serei eu um mero fetiche diabólico,

Ou mais do que isso.

Um carinho, um afago no meio da sua solidão.

Duvido. Questiono.

E rodopio.

Como barata bêbada com inseticida multiuso.

Com total eficiência.

Será que tudo isso não passa de sonho?

Que acordarei pela manhã

Exausta de tanto me mover.

E não mover nada além de meus olhos, freneticamente fechados.

Será que você existe de verdade?

Ou é apenas aquela miragem dos olhos,

Em dias de solidão d’alma.

Um dia tiro essa história a limpo.

Por hora, prefiro ficar delirando...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 10/06/2013
Código do texto: T4334990
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