FANTASIA

FANTASIA

Atinge-me em cheio

O devaneio

O escrever sem rumo

O pensar sem prumo

O voar sem asas

Alar sobre as casas

Imaginar as vidas

E suas avenidas

Sob o telhado

Entrar no privado

Saber o que se passa

O que grassa

Com ou sem graça

Quem sabe desgraça

E botar no papel

Essa torre de Babel

Que é cada casa

Cada canto

Uma cinza uma brasa

Um acalanto

Um canto no chuveiro

O pensar dinheiro

O pagar a conta

Que afronta

Ou mandá-la pro Abreu

Ou virar um camafeu

Sem cores, sem relevo

Quem sabe achar um trevo

Daqueles de quatro folhas

Que saque as rolhas

Das garrafas encantadas

Embriagadas

De gênios sem fumaça

Que afastem a ameaça

De morrer sem sentido

Qual bandido

Entrar no inferno

De terno

E queimar ad eternum

Sem modus in rebus

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 12/10/2013
Reeditado em 12/10/2013
Código do texto: T4522472
Classificação de conteúdo: seguro