FANTASIA
FANTASIA
Atinge-me em cheio
O devaneio
O escrever sem rumo
O pensar sem prumo
O voar sem asas
Alar sobre as casas
Imaginar as vidas
E suas avenidas
Sob o telhado
Entrar no privado
Saber o que se passa
O que grassa
Com ou sem graça
Quem sabe desgraça
E botar no papel
Essa torre de Babel
Que é cada casa
Cada canto
Uma cinza uma brasa
Um acalanto
Um canto no chuveiro
O pensar dinheiro
O pagar a conta
Que afronta
Ou mandá-la pro Abreu
Ou virar um camafeu
Sem cores, sem relevo
Quem sabe achar um trevo
Daqueles de quatro folhas
Que saque as rolhas
Das garrafas encantadas
Embriagadas
De gênios sem fumaça
Que afastem a ameaça
De morrer sem sentido
Qual bandido
Entrar no inferno
De terno
E queimar ad eternum
Sem modus in rebus