CRIAÇÃO

CRIAÇÃO

Outrora

Em muitas horas

O papel consumia

Minhas loucuras do dia a dia

Ora

A qualquer hora

A tela consome

A minha loucura que não some

Mudou o papel

Mudou a escrita

Mas o aqui pinel

Continua na fita

A cabeça gira

A mão vira

Um dedilhar na lira

Para acender a pira

A pira que lume versos

Nas brasas imersos

Que liberam calor em rimas

Qual fossem pantominas

Um intenso desvario

Qual caudaloso rio

Que não respeita margens

Que invade vargens

Vargens cheias de vida

Esperando que as danem ou louvem

Que as deem guarida

E que as trovem

E assim segue a obra

Dando sentido a existência

Uma nau que não soçobra

De Deus deferência

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 05/03/2014
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