Pânico
O ar parece mais denso
Quando entra pelas narinas, áspero
Quando bate no pulmão, pesado
E que quando sai de dentro
Parece levar um pedaço
De tudo o que há, tudo o que havia
Deixando uma sensação de vazio e uma doce agonia
Que põe o coração aos cacos
Pensamentos desconexos se misturam em minha mente
e esse caos fisioquímico me joga semi-consciente
E por mais experiente que eu esteja com esse mal
Ele está bem firme e rente, como semente na terra ou o petróleo no pré-sal
Deixa o controle por um triz, o estômago embrulhado
O corpo enfraquecido e os nervos agitados
E mesmo deitado, descansado, ou com boas amizades
Essa ânsia faz segundos virarem eternidades
E a grande verdade é que o segredo está na respiração,
Que desce pesada, desencadeia pensamentos, que tiram o relaxamento e quebram a concentração.
E volta tudo de novo.