DIVAGAÇÃO

DIVAGAÇÃO

Em quase outro mundo

Numa manhã de nada

Ensolarada

Sem querer faz-se vagabundo

Música nos ouvidos

Não quer ouvir os ruídos do cotidiano

Tampouco tem importância o lá fora

Pouco valor tem seu juízo

Tudo continuará da mesma forma

O que importa além da porta

Pouco lhe importa

Prefere o caminho alienante

Não o preocupa o tempo

As previsões desacertadas

Em sua casamata

Ninguém penetra

Por enquanto

Pode ser cruel

Pode destilar fel

Pode amar quem quiser

Pode brochar sem medo

Pode ridicularizar outrem

Pode ser ser

Sem ser abduzido

Pelas forças do parecer

Ou do ter

Que movem um mundo

Lastreado na posse

Na novidade

Que envelhece

Num piscar de olhos

Num vive morre

Que mata de inutilidade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 11/03/2014
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