Justiça.
No lugar da mesa,vai ficar a gata.
No lugar da televisão,vai ficar a minha mão.
No lugar do que eu não aceito,fica o meu peito.
No lugar do sofá...deixa eu pensar,fica sem.
Vou sentar no muro dessa ventania apressada,
Que passa pela minha vida.
Não quero nada usado,nem emprestado.
Não quero versos emprestados,já passei por
inventários...é tão triste.
Quem fica com "quem"?
Eu quero a camisa,o perfume,o shampoo...que não acabou.
Foi assim que eu reagi,fugi dos móveis uma vez...
Porque não deixá-los ir...
Eu quero o que deles restou.
A cadeira que amamentou o meu filho.
A mesa,que eu debrucei os meu poemas.
A cama...nem sei,se eu quero.
Vou dormir nas nuvens...
A alma,não quer mobília.
Ela quer poesia.
Eu venci...