ENSANDECE

Ela perdeu-se de ilusões,

pulou a janela e deixou as lembranças

na cama a enganar.

Partiu em busca dos sonhos prometidos,

com os lábios vermelhos, de batom, envelhecidos,

Tão jovem que era, maquiou a idade

para voar.

Tolheram-lhe a viagem, apreendida na estação.

Confiscada do sonho, voltou para o cenário insondável,

Misterioso, solitário e abominável,

onde perdeu a alegria nos lábios derrubados,

esquecidos de sorrir.

Jamais encarou outros olhos,

amedrontada a refletir

já não fala, ensandece

ensimesmada.

Em castelos de areias,

hoje planta sonhos

sementes desperdiçadas

Em searas alheias.

Dalva Molina Mansano

18:15

25.03.2014

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 25/03/2014
Reeditado em 20/09/2020
Código do texto: T4743491
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