Desnamoro

Da calçada eu vejo as flâmulas da vida

Nesse jardim absurdo do existir.

Mariposas empedernidas em lâmpadas

Ocasionais, que se acendem a cada beijo.

Desnamorados se abraçam afoitos,

A rua nunca parece calma, porém, modesta.

Festas e folguedos parece ira de tolos;

Quem se arriscaria a dar um tostão

Por essa vida sem regra ou limites?

Ouço vozes que dizem quase tudo,

Não sabem fazer um “Ó”, sentados na areia;

Certamente farão quadrados sertanejos.

Ou seja lá qual ritmo capitalista.

Será que existe vida após essa rua?

A esquina já está dobrada, agora só falta você...

Um dia acabou a calçada, nasceu um vazio,

Frio e turbulento, arranca outros aplausos.

Guardei os meus passos para amanhã

Com muita manha e loucas renúncias;

A casa em chama arde de ciúmes. Voltei.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 10/04/2014
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