A linha tênue entre o ser e o não do ser

E no inverso do verso

Onde se desconstrói o universo,

No avesso do avesso do avesso

Onde nada se reconhece.

No lado oposto do direito

Onde não há sujeito

E todo predicado é suspeito;

Lugar que fica de fora

De onde não há o dentro;

Descentralizado, colado

Nas coisas que não têm centro,

Escuro,claro, penumbra...

E no canto da boca calada,

Que nada canta, canto mudo;

O absurdo sonoro, do trinar

Do silêncio agonizante;

Instante decadente,estrelas

Que ninguém percebe

Pois brilho não há que apareça.

Onde estaria eu se nada fosse

Criado para que fosse comparado

Com um ser que é muito mais

O não ser as outras coisas,

Do que na verdade o que ele é?

E agora José? E depois?

E antes do agora, entre o depois

E o instante seguinte que,

Jamais passaria se não fosse o tempo

Que na verdade não existe?

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 06/08/2014
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