ROMANCE NA POESIA (HISTORIA DA CANETA E DO PAPEL)

Não suporto ver o rosto meu amigo PAPEL tão sofrido,

Dói-me ouvir minha amiga CANETA nesse choro que mais parece um gemido,

Ele clama para estar perto dela,

Ela quer sentir o seu amado,

E ficam assim: separados

Um olhando o outro apaixonado

E os dois esperando por mim.

Acostumei-me com o encontro deles comigo,

Sou cúmplice desse romance admito que sim!

Juntos formam um trio: o poeta, a história e os amantes.

E o que seria de um sem o outro?

E o que seria deles sem mim?

E o que seria de mim sem eles?

E observo a caneta olhando de longe seu amado o papel

Ela deitada, olha pra mim sem poder fazer nada...

Ele também olha sua amada...

E o papel de tanto olhar a caneta carente

Deseja nem que seja por um momento ser gente

Nesse instante a caneta derrama tinta como se fossem lágrimas num pranto angustiado e longo pelo papel que fica enamorado

Não suportando mais a cena

Pego nas mãos a caneta e levo a até o papel

Num encontro emocionado

Ainda em pranto a caneta inicia uma seção de carinhos e caricias em seu namorado,

E o papel toda aranhado, mais feliz vê sua amada ( a caneta) subindo e descendo no seu corpo como aprendiz,

Não será o ultimo encontro, não. Não será...

Mas aproveitam cada letra, cada frase como se fosse a ultima...

O papel sentindo que está completo suplica ao poeta não por um ponto final agora...

Precisa de mais tempo com sua amada antes da próxima poesia, antes que o dia amanheça.

12/02/2005 ás 05h56min

Martiniana Ferreira

Martiniana Gomes Silva Ferreira
Enviado por Martiniana Gomes Silva Ferreira em 20/05/2007
Código do texto: T494040
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