Devaneios

Onde estão os meus anseios,
meus mais puros ideais!??
Por onde andam meus sonhos,
futuro que eu vi risonho
onde eu vivia mais?

Onde a paz que eu procurava
em meu pobre coração?
Por que essa dor ingrata
que me sufoca, me mata
sem erguer pra mim a mão?

Oh! Meu Deus! E minhas preces
assaz levadas a Ti?
E a voz amiga do vento...
Meus passos loucos no tempo
que sem querer eu perdi?

Eu me pergunto agora:
Onde foi minha alegria?!
E onde está meu Universo,
as rimas em prosa e verso
que outrora tão bem fazia?

E meu riso de criança,
nesta estrada agora incerta?
Eu queria, em desvario,
arrancar do peito o fio
de tristeza que me resta.

E a esperança então ausente
onde é que se escondeu?
Na minha mente eu procuro.
No âmago frio, no escuro...
Oh! Deus! Onde estou eu???

 

 

(Campina Verde-MG., 1969)