NÃO SOU MAIS VIRGEM

Fechei as pernas

e os olhos.

Um puro silêncio se expandiu.

Não sou quem pensas.

Enquanto me invadias,

pensavas que eu

era uma vadia, mas

não sou quem pensas.

Sou quem quero

nesse teatro a céu aberto.

Interpreto a devassa,

a louca,

e me atiro a teus pés

e, furiosamente, bebo

cada gota de teu néctar.

Porém,

isso não me resume:

sou mais que isso,

não sou quem pensas.

Tenho meu espírito situado

acima do barulho das máquinas,

ecoando por dentro das fábricas,

derretendo as oficinas.

Tenho meu olhar aberto

para fora e para dentro:

filtro o doce e o amargo,

bebo-os em doses iguais.

Achas que me tens,

mas não vives sem mim

e, de boca aberta, clamas

que o meu sexo te incendeie,

e te faça repensar

o conceito de estar vivo.

Quem domina quem?

Quem come quem?

Escuto a história de tua vida

e transcendo.

E tu, consegues fugir

dos limites

da

absoluta

mediocridade?

Viviane Rolando
Enviado por Viviane Rolando em 30/05/2007
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