De ferro é a mentira inoxidável
Um castelar de signos compõe a atmosfera seca da mentira
e em dunas de cálcio felizardo habita-se como peso humano
toda uma infâmia de temores monstruosos e seres inválidos
E prédios de aço-angústia convive o tédio dessa humanidade
a mesquinha raspa do tacho desta Terra faminta e demitida
onde seres que se dizem humanos adoram adiarem tormentas
A verdade completa sua meia-irmã inverdade ou desaparece
e vermes colocados ao mármore do inferno aceitam vomitar
ou nunca amados ousam sofrimento nas lágrimas rejeitadas
Este imenso patamar de inaptos seres teimosos tecem medo
um pavor de outro inferno que nem existe mas está na Terra
e muitos seduzidos desfalecem na conjura a morte esquecida
Porém, mais desertos impedem o evoluir das mentes doentes
e a realidade cinza se adianta ao céu de falso azul inocente
morrendo milhares de enganadores que desafiam seu destino
Terras de sem-fim mesclam-se ao roxo intencional de farsas
onde mentiras vacilantes adquirem uma côr dos preconceitos
gafes imundas de valentes imorais e onde habita os monstros
Ao semear as fúrias embotam os pensamentos de cada santo
e adiante está a estrada da má vontade regida por desgraça
mas o infortúnio sai de seu covil e abandona sortilégios vagos
Esta fera que some adentro dos seres agora regula fronteiras
fica a cada um do seu ingrato labutar neste chão ressequido
semear a esperança emagrecida encilhada em sua falcatrua!