A FERA E A FERA

Lembro daquela vadia

Andando na noite fria

Noite escura e sombria

Sentia se sozinha e vazia

Seguindo no meio fio

Com seu tic doentio

Em direção ao rio

Tudo confuso em sua mente

Quando avistou um delinquente

Por um instante estava contente

Perto dele ela não era doente

E muito menos ausente

O que era frio virou quente

E o sombrio ficou reluzente

Em uma cena bastante comovente

Os dois descobriram a paixão

Daquelas que batem o coração

De tão rápido causa explosão

De sentimentos e emoção

O louco deu uma piscada

E a garota ali parada

Lembrou se de nunca ter sido amada

E agora estava apaixonada

Quem diria que uma simples caminhada

Numa noite escura e enluarada

Transformaria uma vadia em namorada

Foi neste exato momento

Ao som da brisa do vento

E de um leve movimento

Que rolou um beijo lento

Com profundo sentimento

Foi este o acontecimento

Que sacramentou o nascimento

De um amor de verdade

Entre dois seres

Que não conheciam a felicidade

Pois sabiam mais do que ninguém

O que era sofrimento

E que estavam a todo tempo

Sob preconceito e julgamento

De um povo violento

Além de amor tinham amizade

Sempre em busca da felicidade

Sem jamais perder a lealdade

Aquilo era amor de verdade

Pois mesmo em meio à dificuldade

E nos momentos de abismo

Existia imenso companheirismo

Sem nenhum egoísmo

E com muito romantismo

Aos olhos da sociedade

Não era a bela e a fera

Pois aquela donzela

Não tinha nada de bela

Tanto um como o outro

Representavam a fera

Mas o casal trouxe um recado

Que foi talvez o maior legado

Que eles poderiam ter deixado

Para este povo alienado

Mesmo com todas as diferenças

Das doenças e desavenças

Eles tiveram a imensa recompensa

De serem completamente felizes

Mas do que qualquer fofoqueiro pensa

Léo Queiróz
Enviado por Léo Queiróz em 22/02/2015
Código do texto: T5146442
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