EU - VIII
Respiro o ar úmido e morto,
Nessa atmosfera nostálgica,
A Cidade abandonada,
Respira os fantasmas,
Da ópera dos milhares de eu.
Como um maestro regendo os músicos,
Maestro o meu eu,
Ministro os mil pedaços que sobraram,
Do charme da minha decadência,
Onde todos assistiam,
Todos assistiam
Meu eu escorregar
no lodo da existência.
"Ergam-se , meus retratos perfeitos assombrados pelo castigos dos deuses. Ergam-se no que um dia vos pertencestes."
Então assim,
Soava um berro,
Estridente e convidativo,
Pelas ruas, bares e mentes.
Pude ver,
Como num conjunto de raios de sol,
Em que na minhas lembranças
De algum eu-passado, eu-morto,
Eu-esquecido
Ou talvez num eu que nunca tivera existido,
queimava-me a pele, olhos, e tudo o que eu tinha.
Como numa ordem,
Um exercito erguia-se,
Entre os becos, bares,
Pelas praças e teatros,
Bibliotecas e Mentes,
Erguia-se minha ópera,
Erguia-se meu exercito
E em coro , meu eu-Deus,
Ordenava-os a dançar, cantar , amar e viver.
A Imortalidade e a Eternidade me moldaram em uma casca,
Real e tangendo a loucura.
Eu tinha me tornado meu EU-DEUS !!!
-Scar Unseen