EU - VIII

Respiro o ar úmido e morto,

Nessa atmosfera nostálgica,

A Cidade abandonada,

Respira os fantasmas,

Da ópera dos milhares de eu.

Como um maestro regendo os músicos,

Maestro o meu eu,

Ministro os mil pedaços que sobraram,

Do charme da minha decadência,

Onde todos assistiam,

Todos assistiam

Meu eu escorregar

no lodo da existência.

"Ergam-se , meus retratos perfeitos assombrados pelo castigos dos deuses. Ergam-se no que um dia vos pertencestes."

Então assim,

Soava um berro,

Estridente e convidativo,

Pelas ruas, bares e mentes.

Pude ver,

Como num conjunto de raios de sol,

Em que na minhas lembranças

De algum eu-passado, eu-morto,

Eu-esquecido

Ou talvez num eu que nunca tivera existido,

queimava-me a pele, olhos, e tudo o que eu tinha.

Como numa ordem,

Um exercito erguia-se,

Entre os becos, bares,

Pelas praças e teatros,

Bibliotecas e Mentes,

Erguia-se minha ópera,

Erguia-se meu exercito

E em coro , meu eu-Deus,

Ordenava-os a dançar, cantar , amar e viver.

A Imortalidade e a Eternidade me moldaram em uma casca,

Real e tangendo a loucura.

Eu tinha me tornado meu EU-DEUS !!!

-Scar Unseen

Sir Matthew
Enviado por Sir Matthew em 08/03/2015
Código do texto: T5162013
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