No chão

Não me deixe só

Longe do seu calor

Deixei-me perto

Perto do teu colapso

Perto da sua loucura

Perto da tua sanidade

Perto do teu medo

Perto demais

Que mal possa me calar

Que o silencio me pare

Míope de tanto tentar enxergar

No chão vejo meu pulmão

O que restou foi meu coração

Arrancado do peito

De tanto pulsar em vão

Vestígios de veias arrebentadas

Que mal podem ser cortadas

Que já pararam de ser desejadas

Arrancadas do corpo sem muita explicação

De tanto escrever

Alma de poeta restou