Transmutação

Tire essa pele que me cobre feito manto de pudor...

Puxe! ... meus nervos estancando minha dor.

Quebre meus ossos com a fúria de um vulcão,

Depois, junte os pedacinhos e devore-os com sofreguidão...

Arrote alto!... para ser ouvido e cochile...

Estou em seu abrigo...

Sou mutação profunda...

Transformo-me num embolo e asfixio sua garganta...

Agora é tarde!

Vamos ser os vermes que irão nos consumir...

e para sempre nos resumir...

a um nada...

do nada que somos!

Angélica Miranda
Enviado por Angélica Miranda em 16/05/2015
Código do texto: T5243444
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