Decifra-me! Se não te devoro

Como decifrar o que é um mistério?

Como decifrar o que é segredo?

Se presente no amor, doce desidério

Enfrento o mundo, vencendo o medo

Triste dilema sem fim

Coitado! Piedade de mim

Sou ameaçado por causa de um segredo

Cuja revelação me impõe medo

Cujo conteúdo não posso revelar

Guardado comigo há de ficar

Decifra-me! Se não te devoro

Corro, escapulo, não demoro

Pois decifrar não consigo

Já percebo, sinto perto o perigo

Vou ser devorado. É a minha sentença

Nada há de pagar minha penitência

De ser devorado por teus lábios carnudos

De ter em meu rosto teus seios desnudos

Corpos suados, nus, enlaçados

Na colcha macia estão despojados

Nos poros, suores de alegria

Beijos ardentes, corpos em sintonia

A mão no sexo cheiroso queimando

Lava escorrendo, fogoso vulcão

Um rugido de amor vou escutando

Instante mágico do meu coração

No peito rasgado de amor e paixão

Carrego o sinal do teu arranhão

Ferida que não quer nunca cicatrizar

Assim eu quero! Nunca deixes de me amar

O sussurro gostoso no pé-do-ouvido

Vou tremer, confessar não consigo

Amor me mata de forma singela

Castigo imposto por minha donzela

Descendo suavemente por suas entranhas

Sentindo o aroma de doces fragrâncias

Buscando no céu feliz juramento

Não acabe este dia, precioso momento

Decifra-me! Se não te devoro

Que seja agora, assim eu imploro

Que não haja demora em cumprir a sentença

Estou pronto! Tem a minha anuência