Hipogrifo

As formas, não me interessam mais!
Sou aquilo que você vê dentro do caleidoscópio.
Cones ovais, losangos destroçados.
Trapézios interceptados por círculos quadrados.

"Espelhos quebrados..."

Meu coração tem a porta de um poço...
Não abra jamais!

Dentro dele adormece um hipogrifo.
Cavalo com asas de águia, o grifo e a égua.
Trégua ou entrega, sem opção.
Sou eu a Senhora da Besta.
Quando te amei o feto brotou-me no coração.

Vem que ele esta por rebentar-me!
Vem cavalgar em nossa cria!
Vem criar o que sonhamos!
Quantos planos, quantos planos...
‘Inda é cedo, ouça a madrugada!
E as fadas, e as fadas!

Venha agora ou não venha nunca mais
Meu coração tem a porta de um poço
Não abra então, não mais...
Sem você será jazigo de um sonho.
Hipogrifo algum despertará jamais.
Voar...Sonhar, viver...
Jamais...
Heloisa Galvez
Enviado por Heloisa Galvez em 20/06/2007
Reeditado em 20/06/2007
Código do texto: T534352
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