Somando Zeros

Sinto-me vivo ao estar morrendo.

Mato-me, sei, sou o meu veneno

Por demasiadamente estar cedendo

Aos meus desejos, pelos quais peno.

Venha, adicione-me, após, diminua.

Exista para mim em meus falsos nirvanas.

Some-os e deixe-me com a verdade nua:

És a distinta doença que tu mesmo sanas.

Largue-me em rua qualquer, quebrantando.

Numa calçada de pisos preto e branco.

Apagarei encarando-os, nos representando.

Se não acordar, observe-me de um banco,

Provável que estarei, zeros somando.

Sabe, és meu zero e eu sou teu flanco.

Thiago José
Enviado por Thiago José em 06/09/2015
Reeditado em 07/09/2015
Código do texto: T5372758
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