A mente devassa mais querida santa, LOUCA!
Com cansaço de lutas, desvarios e lendas decoradas
Estabeleço minha leitura da vida, repleta de códices
Leis e regras fáceis de amar ou a dedilhar os cantos....
Sou a livre expressão dum saber feminino desvelado...
A encantadora mestra sem chaves de belo mistério!
De meu feitio, nessa vaga triste hora que sou sozinha
tenho a mente cheia de escorpiões, sou afiada diva...
E traço emendas floridas, verbos gastos, temor, sexo
Sendo a feiticeira que de feitiço só emana amor flôr
E sou a querida mal vestida, sem fraquezas, sua fada
Alento em feitio o anjo terrenal, sem asas de orgulho
A invejada pelos defeitos que se quedam românticos...
Senhorita de bruxedos tão comuns que nunca amava...
Meu desejar é o desejo de cada mulher ou sua magia!
Tenho um campo que não plantarei ingratas lágrimas
Um jardim de amores-imperfeitos, de louça vegetativa
Na caldeira a panela que transtorna alimento mágico
O feitiço natural de quem permanece meio mistérios...
Ontem o meu príncipe amava sapos e detestei o fato
De tanto ordinário caso fiz desse homem um anfíbio!
Ah, mas sou encanto, megera bela, descaso das ruínas
Senhoria de seu casario em matagal mais espessura...
Desta a louca donzela cortesã dos amáveis pequeninos
E tenho duendes de paletó e vassouras de pelo Prada!
A cada passo civilizado estou dentro das cidades velhas
Riso e contemplação, a cabeça repleta de cantos lusos
A mente de novo a serpentear nas verdade da floresta
Neste Sol, nesse sereno, embarco na barca solar vazia
Minhas noites são devagar, enluaradas pelo sofrimento
Vejo nas panelas na visão da comida derramada futura
Nem bola de cristal tenho pra azedar o tempo demente
E sou aflituosa, consumista feiticeira de urbano celebrar
Corro o mundo lá fora em supermercados inexistentes...
Tenho em casa os filtros de amôr e jamais os venderei...
Ai, que louca investida de um corpo calejado de conflito
Neste necessário existir sem paixão, o coração dolorido!
Ai, quem dera fosse a princesa de reinos espetaculares!
Uma entrega de realeza empobrecida de tantos chôros!